Infinito Particular

"Eu não sou difícil de ler faça a sua parte, eu sou daqui eu não sou de Marte... Só não se perca ao entrar no meu Infinito Particular..." (Marisa Monte)

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quarta-feira, 21 de maio de 2008


Penso... logo duvido se alguma coisa realmente existe a não ser em mim mesma...

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Vale a pena deixar tudo pra te seguir, Senhor!


Ontem a Igreja celebrou o dia de Pentecostes, quando o Paráclito pousa como línguas de fogo sobre os discípulo de Jesus reunidos no cenáculo, dando-lhes nova força, novo vigor para anunciar a Boa Nova de Cristo... Homens e mulheres que renunciaram a tudo num tempo difícil de ódio e perseguição, que deram toda a sua vida por um ideal. Como profetas do Cristo, anunciaram sua ressurreição e denunciaram as mazelas e injustiças, toda a maldade que afasta o homem de sua plenitude de humanidade.
Precisamos também nós, hoje, sermos profetas do altíssimo num tempo em que a maldade se espalha e corrompe toda a sociedade!

terça-feira, 6 de maio de 2008

Sobre a intolerância

Um dia desses recebi um e-mail que contava a seguinte história: Uma mulher branca, de aproximadamente 50 anos, chegou ao seu lugar na classe econômica e viu que estava ao lado de um passageiro negro. Visivelmente perturbada, chamou a comissária de bordo.
"Qual o problema, senhora"?, pergunta uma comissária.
"Não está vendo? - respondeu a senhora "vocês me colocaram ao lado de um negro. Não posso ficar aqui. Você precisa me dar outra cadeira".
"Por favor, acalme-se - disse a aeromoça - "infelizmente, todos os lugares estão ocupados. Porém, vou ver se ainda temos algum disponível". A comissária se afasta e volta alguns minutos depois:
"Senhora, como eu disse, não há nenhum outro lugar livre na classe econômica. Falei com o comandante e ele confirmou que não temos mais nenhum lugar mesmo. Temos apenas um lugar na primeira classe".
E antes que a mulher fizesse algum comentário, a comissária continua: "Veja, é incomum que a nossa companhia permita à um passageiro da classe econômica se assentar na primeira classe. Porém, tendo em vista as circunstâncias, o comandante pensa que seria escandaloso obrigar um passageiro a viajar ao lado de uma pessoa desagradável".
E, dirigindo-se ao senhor negro, a comissária prosseguiu: Portanto, senhor, caso queira, por favor, pegue a sua bagagem de mão, pois reservamos para o senhor um lugar na primeira classe...
"E todos os passageiros próximos, que, estupefatos, assistiam à cena, começaram a aplaudir, alguns de
pé.
Fiquei pensando algum tempo sobre essa história, realmente uma lição muito bonita sobre a intolerância e o racismo, porém é preciso, como diz Nosso senhor Jesus, avançarmos para águas mais profundas. Existem nessa história quatro personagens importantes: a senhora que reclama pelo fato de sentar-se ao lado de um negro que gesticula e fala achando-se dona da verdade e não enxerga o outro como um cidadão, como seu próximo; O negro que durante o tempo todo apenas assiste à cena, não se impõe, não grita nem se defende. Apenas espera pacientemente o desfecho da história. O que não o coloca numa posição de submissão apenas de autocontrole, de espera paciente ; A aeromoça, uma pessoal centrada que toma o controle da situação e, literalmente, põe a senhora no seu devido lugar sem perder a postura e sem menosprezar os dois passageiros em questão e por último a multidão, no caso os passageiros que observam a cena e aplaudem o desfecho.

Quantas vezes em nosso dia-a-dia nos deparamos com situações semelhantes em nossas vidas, em nosso trabalho em nossa comunidade? Em qual personagem nos encaixamos nas situações de preconceito e intolerância da nossa vida?

Quantas vezes assumimos o papel da mulher preconceituosa acusando e condenando nosso irmão sem o mínimo pudor? Quantas vezes só conseguimos olhar para nós mesmos e queremos que todos a volta sejam espelhos da nossa forma de pensar e de agir? O Pe. Fabio de Melo em uma das suas palestra na Com. Canção Nova disse que muitas vezes nossas antipatias com o outro são fruto de nossas frustrações e de nossas incapacidade de tornar as diferenças menores do que as semelhanças, no caso da senhora racista a cor da pele “gritava” aos seus olhos de tal modo que ela não conseguia enxergar que o outro era um ser humano exatamente como ela.

E então quando nos colocamos no lugar do homem ofendido (e muitas vezes embora não estejamos, nos colocamos neste lugar pois gostamos de sermos vítimas) nesse momento temos a serenidade de esperar que tudo se resolva? Ou passamos a também agredir o outro? Jesus foi acusado injustamente, insultado, torturado e morto! Ainda assim durante todo o tempo manteve-se impassível, pois tinha certeza da sua Ressurreição símbolo da vitória da vida sobre a morte, da verdade sobre a mentira, da justiça sobre a opressão! Quantas vezes parecemos não ter essa certeza da ressurreição que Jesus nos deixou?! Quantas vezes queremos impor a nossa verdade ao outro no lugar de nos calarmos e esperarmos que seja feita a justiça de Deus?

O terceiro personagem é a aeromoça. Aquela que se coloca do lado do oprimido, do ofendido, mas de maneira serena e firme, alguém que sabe tomar decisões certas no momento certo, alguém que se impõe sem ofender, sem oprimir, sem ver o outro como um ser de menos valor. Em momento algum ela ofende a senhora ou a trata mal, apenas faz cumprir a justiça! Não se omite! Um belo exemplo a ser seguido quando nos deparamos com as injustiças e as ofensas...

Por último temos o público, o povo que assiste à cena e aplaude no final, porem durante todo o tempo só assiste, não toma partido. Com certeza se o desfecho fosse diferente poderiam até haver alguns comentários do tipo: ”mas que absurdo!”, porém provavelmente após o acontecido todos voltariam para os seus lugares e nada mais seria comentado. E esse talvez seja o pior lugar a nos colocarmos, na maioria que segue a direção apontada por outro sem contestar ou tomar partido! A maioria que até lamenta as injustiças mas não age, no entanto aplaude a justiça e isso a faz parecer tão justa quanto quem pratica a justiça... A maioria que murmura, acusa aos sussurros, dissemina as intrigas mas não toma uma posição, como a mulher que embora esteja errada, tem a hombridade de mostrar qual a sua posição o que lhe da a possibilidade de mudar. Quem não se posiciona, não muda! Vive em cima do muro balançando de um lado para o outro mas não cai, não mergulha numa maneira de pensar e agir apenas segue o fluxo e aplaude ou vaia quem está no seu caminho pois é mais confortável e menos arriscado e comprometedor. No entanto quando nos comportamos como essa maioria esquecemos que faz parte do plano de Deus comprometer-se, arriscar-se, ir para águas mais profundas.