Infinito Particular

"Eu não sou difícil de ler faça a sua parte, eu sou daqui eu não sou de Marte... Só não se perca ao entrar no meu Infinito Particular..." (Marisa Monte)

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quinta-feira, 12 de junho de 2008

Pensamento...


Meu silêncio é mais eloqüente que minha voz... É pena que ninguém ouça...

quarta-feira, 21 de maio de 2008


Penso... logo duvido se alguma coisa realmente existe a não ser em mim mesma...

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Vale a pena deixar tudo pra te seguir, Senhor!


Ontem a Igreja celebrou o dia de Pentecostes, quando o Paráclito pousa como línguas de fogo sobre os discípulo de Jesus reunidos no cenáculo, dando-lhes nova força, novo vigor para anunciar a Boa Nova de Cristo... Homens e mulheres que renunciaram a tudo num tempo difícil de ódio e perseguição, que deram toda a sua vida por um ideal. Como profetas do Cristo, anunciaram sua ressurreição e denunciaram as mazelas e injustiças, toda a maldade que afasta o homem de sua plenitude de humanidade.
Precisamos também nós, hoje, sermos profetas do altíssimo num tempo em que a maldade se espalha e corrompe toda a sociedade!

terça-feira, 6 de maio de 2008

Sobre a intolerância

Um dia desses recebi um e-mail que contava a seguinte história: Uma mulher branca, de aproximadamente 50 anos, chegou ao seu lugar na classe econômica e viu que estava ao lado de um passageiro negro. Visivelmente perturbada, chamou a comissária de bordo.
"Qual o problema, senhora"?, pergunta uma comissária.
"Não está vendo? - respondeu a senhora "vocês me colocaram ao lado de um negro. Não posso ficar aqui. Você precisa me dar outra cadeira".
"Por favor, acalme-se - disse a aeromoça - "infelizmente, todos os lugares estão ocupados. Porém, vou ver se ainda temos algum disponível". A comissária se afasta e volta alguns minutos depois:
"Senhora, como eu disse, não há nenhum outro lugar livre na classe econômica. Falei com o comandante e ele confirmou que não temos mais nenhum lugar mesmo. Temos apenas um lugar na primeira classe".
E antes que a mulher fizesse algum comentário, a comissária continua: "Veja, é incomum que a nossa companhia permita à um passageiro da classe econômica se assentar na primeira classe. Porém, tendo em vista as circunstâncias, o comandante pensa que seria escandaloso obrigar um passageiro a viajar ao lado de uma pessoa desagradável".
E, dirigindo-se ao senhor negro, a comissária prosseguiu: Portanto, senhor, caso queira, por favor, pegue a sua bagagem de mão, pois reservamos para o senhor um lugar na primeira classe...
"E todos os passageiros próximos, que, estupefatos, assistiam à cena, começaram a aplaudir, alguns de
pé.
Fiquei pensando algum tempo sobre essa história, realmente uma lição muito bonita sobre a intolerância e o racismo, porém é preciso, como diz Nosso senhor Jesus, avançarmos para águas mais profundas. Existem nessa história quatro personagens importantes: a senhora que reclama pelo fato de sentar-se ao lado de um negro que gesticula e fala achando-se dona da verdade e não enxerga o outro como um cidadão, como seu próximo; O negro que durante o tempo todo apenas assiste à cena, não se impõe, não grita nem se defende. Apenas espera pacientemente o desfecho da história. O que não o coloca numa posição de submissão apenas de autocontrole, de espera paciente ; A aeromoça, uma pessoal centrada que toma o controle da situação e, literalmente, põe a senhora no seu devido lugar sem perder a postura e sem menosprezar os dois passageiros em questão e por último a multidão, no caso os passageiros que observam a cena e aplaudem o desfecho.

Quantas vezes em nosso dia-a-dia nos deparamos com situações semelhantes em nossas vidas, em nosso trabalho em nossa comunidade? Em qual personagem nos encaixamos nas situações de preconceito e intolerância da nossa vida?

Quantas vezes assumimos o papel da mulher preconceituosa acusando e condenando nosso irmão sem o mínimo pudor? Quantas vezes só conseguimos olhar para nós mesmos e queremos que todos a volta sejam espelhos da nossa forma de pensar e de agir? O Pe. Fabio de Melo em uma das suas palestra na Com. Canção Nova disse que muitas vezes nossas antipatias com o outro são fruto de nossas frustrações e de nossas incapacidade de tornar as diferenças menores do que as semelhanças, no caso da senhora racista a cor da pele “gritava” aos seus olhos de tal modo que ela não conseguia enxergar que o outro era um ser humano exatamente como ela.

E então quando nos colocamos no lugar do homem ofendido (e muitas vezes embora não estejamos, nos colocamos neste lugar pois gostamos de sermos vítimas) nesse momento temos a serenidade de esperar que tudo se resolva? Ou passamos a também agredir o outro? Jesus foi acusado injustamente, insultado, torturado e morto! Ainda assim durante todo o tempo manteve-se impassível, pois tinha certeza da sua Ressurreição símbolo da vitória da vida sobre a morte, da verdade sobre a mentira, da justiça sobre a opressão! Quantas vezes parecemos não ter essa certeza da ressurreição que Jesus nos deixou?! Quantas vezes queremos impor a nossa verdade ao outro no lugar de nos calarmos e esperarmos que seja feita a justiça de Deus?

O terceiro personagem é a aeromoça. Aquela que se coloca do lado do oprimido, do ofendido, mas de maneira serena e firme, alguém que sabe tomar decisões certas no momento certo, alguém que se impõe sem ofender, sem oprimir, sem ver o outro como um ser de menos valor. Em momento algum ela ofende a senhora ou a trata mal, apenas faz cumprir a justiça! Não se omite! Um belo exemplo a ser seguido quando nos deparamos com as injustiças e as ofensas...

Por último temos o público, o povo que assiste à cena e aplaude no final, porem durante todo o tempo só assiste, não toma partido. Com certeza se o desfecho fosse diferente poderiam até haver alguns comentários do tipo: ”mas que absurdo!”, porém provavelmente após o acontecido todos voltariam para os seus lugares e nada mais seria comentado. E esse talvez seja o pior lugar a nos colocarmos, na maioria que segue a direção apontada por outro sem contestar ou tomar partido! A maioria que até lamenta as injustiças mas não age, no entanto aplaude a justiça e isso a faz parecer tão justa quanto quem pratica a justiça... A maioria que murmura, acusa aos sussurros, dissemina as intrigas mas não toma uma posição, como a mulher que embora esteja errada, tem a hombridade de mostrar qual a sua posição o que lhe da a possibilidade de mudar. Quem não se posiciona, não muda! Vive em cima do muro balançando de um lado para o outro mas não cai, não mergulha numa maneira de pensar e agir apenas segue o fluxo e aplaude ou vaia quem está no seu caminho pois é mais confortável e menos arriscado e comprometedor. No entanto quando nos comportamos como essa maioria esquecemos que faz parte do plano de Deus comprometer-se, arriscar-se, ir para águas mais profundas.

sábado, 12 de abril de 2008

Capítulo I - O chamado

O Sol começa a se por na tarde cálida de verão da bela Roma. Pessoas transitam pelas calçadas, turistas de toda parte do mundo, religiosos em suas mais diversificadas vestes congregacionais, é possível ouvir ao longe o badalar dos sinos da catedral de São Pedro. Sentada em um bistrô, olhos fixos no nada, mochila nas costas, café fumegante, uma lágrima solitária se desprende dos amendoados e castanhos olhos e vai pousar dentro da xícara de café, Lissandra passa o dorso da mão pelo rosto enquanto suas lembranças vagueiam por um passado tão próximo que ainda possui o cheiro das flores selvagens da sua querida Mégara, que sua mãe carinhosamente colhia para enfeitar seus longos e ondulados cabelos castanhos.
- Boa tarde, criança! Posso sentar-me com você?
Lissandra levanta os olhos ainda marejados, tentando disfarçar sua expressão entristecida. A sua frente uma pequena senhora de idade já avançada, uma figura frágil e ao mesmo tempo marcante, olhos de um azul profundo. Embora não a conhecesse, seu tom de voz e sua hábito tão bem alinhado e perfumado lhe pareceram extremamente familiar. Talvez pelo fato de ter visto religiosos demais nos últimos dias.
- Não gosto de tomar café sozinha, mas na minha idade a solidão é uma companheira comum... Está cada vez mais difícil encontrar companhia para uma boa conversa. Diz a senhora com um sorriso nos lábios e já puxando a cadeira para sentar-se.
Fique a vontade. É bom ter com quem conversar, sou nova aqui e ainda não fiz muitas amizades. A menina sorri meio desconsertada.
- Muito prazer! Eu me chamo Anunciata Libertori.
- Eu sou Lissandra Magnus.
- Eu sei. Eu conheço voce!
- Como! Eu estou na cidade a tão pouco tempo...
- Minha menina, quem não conhece a filha do brilhante filósofo Demetrius Magnus? A história da sua mãe saiu em todos os jornais... Eu sinto muito, você deve ter sofrido bastante. A senhora estende a mão e toca suavemente a mão de Lissandra.
- Ainda sofro! Não estava preparada, porque meus pais preferiram que eu não soubesse de nada para que eu tivesse uma vida feliz e tranquila. Não os culpo, mas acho que não abreviou em nada meu sofrimento... talvez se soubesse que minha mãe tinha tão pouco tempo de vida teria aproveitado mais cada momento ao seu lado... Os olhos da menina se enchem novamente de lágrimas.
- Querida, não se torture, é impossível prever os acontecimentos do futuro! Só Deus sabe quanto tempo cada um temos sobre a terra... Sua mãe te amava e queria o melhor para você, nota-se que ela fez uma excelente trabalho, porque você é uma moça linda e muito educada!
- Obrigada! Lissandra sorri. - Queria ter uma fé como a sua, porque sinceramente não consigo entender porque algumas coisas acontecem...
- Você tem... Só precisa descobrí-la!

Continua...

Prólogo


De tempos em tempos o mundo é submetido a uma Guerra invisível, uma Guerra na qual o seres viventes não tem consciência que estão inseridos. Forças superiores e inferiores digladiam-se na esfera do inimaginável, do inconcebível e sem notar sofrem a influencia dessa rivalidade eterna.

Aproximam-se tempos obscuros. Tempos de desigualdade, fome, discórdia e principalmente indiferença. Outros dirão que sempre existiram mazelas no mundo. No entanto hoje a sombra se levanta e consome tudo a sua volta tornando a todos cegos de alma! Homens e mulheres andam perambulando como mortos-vivos consumindo tudo a sua frente mas sem encontrar satisfação. O ocaso da humanidade aproxima-se com pés firmes e pesados, fazendo estremecer até os corações puros, que ainda conseguem enxergar fagulhas de luz por entre as trevas...

Em meio ao iminente caos que se desenha, sem que tenham conhecimento do que as espera, algumas almas estão sendo preparadas para o combate final...











Recordação



Fim de tarde. O céu sem nuvens anuncia uma noite fria, mas agradável de inverno. No Arpoador, como sempre, o Sol dá agora o seu espetáculo vespertino, jogando seus compridos raios vermelhos e alaranjados em todas as direções como se espreguiçasse depois de um longo e bonito dia de inverno. Como fosse sábado diversas silhuetas se alongavam e se movimentavam entre as redes de futevôlei e beach soccer.
Sentado displicentemente num banco da orla, com olhar tranqüilo de sempre Gabriel aprecia o por-do-Sol. Fica ali parado até que o último raio se esconda no horizonte e caia a noite. Sempre fora assim: simples, sereno, de uma timidez diluída e um certo ar de mistério e indiferença, embora sempre prestando atenção em tudo a sua volta. Levanta-se, respira fundo, estica os braços, uma mania que traz da época de menino, e começa a sua caminhada. Gosta de andar pelo calçadão a essa hora nos fins de semana, de alguma forma o cheiro e a brisa do mar trazem lembranças de um passado não tão distante.
Caminha a passos tranqüilos enquanto ouve num quiosque qualquer ao longo da orla um violeiro tocar uma música (daquelas que dá vontade de parar para ouvir) especialmente para um casal de jovens que não se pode definir se são irmãos, amigos ou namorados, apenas duas pessoas que de alguma forma parecem se comunicar sem palavras apenas pelos acordes do violeiro. Isso lhe soa familiar... Para por um instante tomado por uma nostalgia que não consegue traduzir. Um aroma corta o ar reforçando a sensação de nostalgia, é como se já estivesse estado ali. Vira-se na direção do perfume. Apenas umas pessoas passam apressadas agora que começa a anoitecer e a temperatura cai. Continua a andar enquanto a doce melodia do violão vai se distanciando dos seus ouvidos, mas a sensação de nostalgia não. Revive mentalmente muitas cenas da sua vida em busca de encontrar um lugar para encaixar aquela sensação. Nada. Desiste da busca, talvez não fosse mesmo nada. Cerca de cinco anos haviam se passado desde que resolvera mudar o ruma da sua vida deixando para traz o lugar em que crescera com a certeza de que não havia mais espaço para ele ali. Tinha feito a escolha certa, estava feliz com a vida que conquistara. Cidade grande, independência, profissão...
Atravessa a avenida movimentada por carros alheios aos seus pensamentos e que parecem alheios a qualquer coisa que tenha vida. Segue em direção de casa, um confortável apartamento de frente para o mar, no caminho passa por uma pequena sala de cinema dessas que sempre estão exibindo filmes alternativos. Sempre quis parar e entrar mas nunca tinha tempo. Entra sem nem ao menos ver qual filme está sendo exibido, apenas queria, por alguma razão que não sabia qual, estar ali. Compra o bilhete e dirigi-se para a sala de exibição que está vazia, não mais que dez pessoas, o que proporciona-lhe uma agradável sensação de bem estar. Acomoda-se bem e espera. As luzes se apagam e a exibição começa. Uma montagem nacional de “A megera domada”. Não conhecia bem a obra pois nunca gostara muito de ler, mas admirava o cinema brasileiro. Percebe então que o rosto que surgia na enorme tela parece-lhe extremamente familiar. Sorri sozinho. Admira e se diverte com cada cena como se estivesse fazendo parte do filme. Quanto tempo havia passado desde que a vira pela última vez? E não havia sido numa tela de cinema. Talvez tivesse sido apenas um “oi” em meio a alguns encontros ocasionais e espaçados. Esteve tão ocupado que não percebeu que se tinham afastado. Recorda do seu sorriso, sua inquietude, seu humor que mudava a cada instante, muito parecido com o da personagem que interpretava. Ri de novo sozinho. Agora toda a nostalgia fazia sentido. O violão, a música, o cinema “cult”... Como podia ter esquecido? Como podia Ter se afastado tanto? “- As pessoa são assim mesmo” diria ela.
O filme termina e para ele é como se tivesse tido uma longa conversa com uma velha amiga. Demora a levantar-se. Tem vontade de assistir outra sessão. Tem vontade de procurar por ela apenas para dizer que está feliz por seu sucesso. Levanta-se e segue para casa. Havia tido, como tivera antes com ela, uma noite simples, mas perfeita. Mas uma coisa ainda o intriga: Ainda sente o perfume...
Fazia bastante tempo que Lissandra não via o litoral carioca. O cinema acontecera tão de repente e tivera que se dedicar tanto que mal tinha tempo para ela mesma e por isso mesmo poder passear nas areias, não tão quentes nessa época do ano, da Cidade do Rio de Janeiro era uma dádiva! Caminhava displicentemente pensando que esse seria o último fim de semana de suas féria e que logo voltaria à loucura das gravações e aos textos. A sede e a doce música tocada por um violeiro num quiosque ao longo da orla a fazem para por um instante. Um casal conversa animadamente enquanto o violeiro toca especialmente para eles. Lissandra sorri com a recordação de um passado bom... Um bar, a conversa, a música, o vinho... E aquele rosto. Podia reconhecê-lo ainda que os anos se tivessem passado. Ali parado apreciando a mesma música, a mesma de tempos atrás. Semblante calmo, corpo esguio, como puderam se afastar tanto? Talvez a ultima vez que o vira tivesse sido apenas um oi ocasional, e fazia tanto tempo...
Tem vontade de chamá-lo apenas para dizer um oi, saber como está, dizer dos seus novos planos da realização do cinema... Olha o relógio, respira fundo, veste o o casaco que trazia a mão, pois com o anoitecer a temperatura cai, e segue para o hotel onde esta hospedada. É hora de voltar para casa. Um confortável apartamento de frente para o mar...
Havia tido, como tivera antes com ele, um momento simples, mas perfeito. No caminho de casa numa sala de cinema o cartaz anuncia: “A Megera Domada”. Sorri vendo seu rosto estampado no cartaz... “ Porque não?” Pensa. Compra um bilhete e entra no cinema...
Por Vanêssa Ribeiro

quinta-feira, 6 de março de 2008



Dor
Quando há um grande amor
No peito não cabe a dor
E Mata a vida que pulsa
No coração que já cansa
É Quando só se quer correr (ou morrer)
Para cessar de doer
Com brisa leve na face
Por onde lágrimas descem
O Grito jorra silente
E queima, e pulsa e já sente
O peito, em chamas, ardente
Não quebra a garra existente?
Num coração que prendeste
Por capricho inconseqüente